segunda-feira, 10 de maio de 2010

Segunda de baseado, valores de sangue, pangéia e volta ao mundo!!!


Amanheceu... Segunda-feira, pós-dias das mães... (Por que nesse dia eu ainda não tenho certeza...O motivo que me contaram me faz pensar que não deveria ser uma data a ser levada em consideração...Mas a energia que paira no ar, traz algo diferente...)
A noite foi rápida... Dia de trabalho...
O ambiente é um misto de muitas coisas... A adolescência é uma fase de múltiplas faces... (fase e face são coisas que perpassam a adolescência, e me lembro que isso me incomodava um tanto, na minha juventude...)
Com o esquecimento de um material que eu tinha que usar, voltei até em casa... Encontrei um grupo desses moços e moças com quem trabalho e convivo, muitos dos quais há alguns anos, muitos dos quais ainda não consigo lembrar o nome... (Isso sempre me serve de indicativo pra entender que tem muita coisa errada...)
Sim...Eles não estavam estudando, embora estivessem em hora escolar... Estavam na rua, fumando um baseado, livremente...
O motivo¿ Pode-se imaginar muitos...
Libertar a mente, encontrar uma sintonia com algo maior ¿¿¿...(Seria uma boa explicação pra quem é devoto do rastafarianismo... E seria uma explicação que me deixaria até feliz, se o motivo fosse mesmo esse...Mas não é, posso afirmar)
O baseado que fumavam é baseado em uma realidade que pouco tem sintonia com as crenças sobre as propriedades da erva, sejam elas quais forem...
Alguns esconderam de mim aquilo que era óbvio...Outros, que já me conhecem das andanças pelo mundo, me cumprimentaram, demonstrando o afeto e o respeito que construímos no decorrer do tempo, apesar de algumas diferenças na forma de ver e pensar certas coisas...
Eu ¿ Correndo, na busca do material que eu havia esquecido, correspondi ao cumprimento, brinquei com um deles, e continuei minha caminhada...Não censurei, não reprimi, não apoiei, não incentivei...Apenas corri, como já estava fazendo...
De volta ao trabalho, o material que eu usei, também pra um grupo de adolescentes, era uma produção cinematográfica americana (um filme...rsrsrs)... O tema do mesmo estava relacionado com o que as pessoas são capazes de fazer pra conseguir viver em determinadas condições, e como a ação de certas pessoas podem intervir diretamente na vida de outras...
Enquanto esse grupo via o filme, estive com outras turmas, tratando de outros assuntos... Falava sobre a História do homem e do planeta... A origem de tudo... Citei que existem diferentes formas de pensar sobre o assunto, e que as mais comuns são o criacionismo e o evolucionismo... Tentei tratar do assunto de uma maneira não tendenciosa, e procurando mostrar como dentro dessa linhagem de fé (o criacionismo) podem existir muitas vertentes... (Fico sempre preocupado com o tipo de dogmatismo sectário e intolerante das pessoas que aceitam suas verdades como absolutas... Ignorando, menosprezando e querendo tratar como inferior as verdades alheias...)
Dada essa introdução, iniciei com eles uma viagem pela teoria da criação do mundo, as explosões da estrela que chamamos de Sol, a formação dos planetas, as comprovações dadas pelos cientistas para cada uma das fazes do processo que levou a formação do que conhecemos como planeta Terra, hj...Passando pela formação da Crosta-terrestre, a atmosfera, o resfriamento (glaciação), as 1º chuvas, a deriva dos continentes (A Pangéia), os primeiros seres unicelulares, e a formação das espécies, marítimas, anfíbias e terrestres, os herbívoros, onívoros e carnívoros, etc, etc, etc...
Eu viajei com eles no tempo, e percebi que muitos deles vieram comigo... Alguns indignados com as explicações da Ciência (que contradiz parte de suas crenças), outros, interessados naquele percurso que parece tão fascinante...
Enfim... Em meio a isso, depois disso, no decorrer disso, tratei de outros assuntos... Desde trocar ideias com um rapaz que derrubou uma parede de madeira com uma pesada, até um velho amigo sobre cervejas e os projetos de futuro...
Onde quero chegar com esse texto¿ Vou explicar...
Pensando nos meninos e meninas fumando seu baseado, nas coisas que as pessoas fazem pra viver em certas condições (passando por cima de tudo e de todos, muitas vezes), nos efeitos colaterais e nas imensa possibilidade de pensar e entender a vida humana, ainda que ínfima diante da grandiosa força da natureza, acredito que “na volta ao mundo”, sendo grande ou pequeno, todos nós precisamos aprender o jogo de olhar o outro, de sentir o outro...Mais que isso, de saber que o outro também é tanto quanto nós mesmos...
Parece óbvio, mas em meio aos valores e desejos avassaladores, do canto doce de sereias que destilam veneno, das correrias de um cotidiano quase insano, da falta de diálogo em espaços construídos pra reprimir, sinto que muitos de nós já não vemos além de uma imensa opacidade!!!

4 comentários:

  1. De certa forma, nada é realmente o que aparenta ser, as vezes em uma roda de pessoas fumando maconha, há o interesse pelo outro ( o que o outro pensa), as vezes o que parece caotico pode ser uma forma pura de se levantar nas frestas e rachaduras que o senhor tempo faz no aprendizado de um homem, como uma flor que nasce no lixo ou uma planta que teima em nascer no asfalto, assim penso eu: dentro de um mundo aparentemente covarde nasce crianças com amor, no meio de tudo isso um homem pensa sobre a vida e vive a história muito antes de querer.
    abração amigo!
    Wagner Felipe

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  2. Que saudade enorme que eu sentia de pessoas como você! Sempre falo pra Melissa do Metropolixo! Por coincidência, atendo como psicopedagoga e estou com uma criança, duas adolescentes bem neste tema: a vida que veio da água, formação da vida no planeta etc... Sempre uso jogos e filmes.
    Mas o gostoso é matar a saudade de gente com cérebro dentro da cabeça.
    Expliquei pra Mell que a maconha é uma droga das mais baratas e acessíveis, já falei das outras e da pior: o álcool.
    E o teu blog vai ser muto legal pra ela ler também!
    Beijão desta que sempre vai ser tua fã!

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  3. Caro Amigo

    Falar o que palavras quase sempre se recusam a pronunciar ...ver o que muitas vezes os olhos normalmente não enxergam, é algo que apenas os que nadam contra a corrente e ainda ousam sentir, são capazes de fazer.

    As vezes cara , a humanidade é como uma tênue mas persistente lembrança do que poderia ser em contraponto ao que é...uma humanidade marginal, que se esgueira pelos cantos, nasce nas entrelinhas, serpenteia no submundo...se materializa nos lábios de loucos e poetas...enquanto os deuses da verdade absoluta, cospem em seu rosto.

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  4. não é opaco. é uma casa de espelhos: cada um só vê a si mesmo em todos os cantos.

    filosófico, não? rsrsrs... mas na verdade eu só queria saber o nome do filme....

    e agradecer o convite.
    aproveite e passe pelo meu: bshbshbsh.blogpot.com

    beijinhos

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